terça-feira, 22 de setembro de 2009


Rebelião na cadeia de Itacaré acaba com transferência de presos para Ilhéus


Zeka\Agência A Tarde
Dezenove detentos foram encaminhados para o Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus


Ana Cristina Oliveira, da Sucursal Itabuna

As rebeliões se espalham pelas cadeias do sul da Bahia. Na segunda-feira, 15, 28 presos quebraram as quatro celas da carceragem da delegacia de Itacaré, no centro da cidade que fica a 428 km de Salvador. O quebra-quebra começou por volta das 10h30.

O grupo queimou colchões, quebrou paredes, arrancou as grandes de duas celas e fez reféns dois companheiros para impedir que os policiais da Companhia de Ações Especiais da Região Cacaueira (Caerc), que cercaram a delegacia, invadissem o local.

Eles também bloquearam a passagem da porta principal, que dá acesso às celas, com as duas grades que foram arrancadas. Durante o quebra-quebra, eles gritavam muito, pedindo a presença do juiz e de um promotor de justiça.

Os rebelados se queixam de que estão presos há mais de um ano e ainda não foram ouvidos pela Justiça. Na segunda, a delegada Lisdeili Nobre tentou falar com o juiz Alexandre Passos, mas ele não foi localizado. Os presos também querem ser transferidos das celas superlotadas da carceragem, que estão com o dobro da capacidade.

Segundo policiais, no início da tarde o grupo se acalmou, após a chegada de um promotor de justiça e do coordenador regional de polícia de Ilhéus, André Viana, que negociou a transferência de 19 detentos para o Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus.

Ainda segundo policiais, com a presença do promotor, para intermediar um diálogo com a Justiça, a delegada Lisdeili Nobre conseguiu negociar com os outros nove presos, que serão acomodados nas duas celas que foram pouco atingidas pelo quebra-quebra.

Itabuna – A Polícia Civil de Itabuna não conseguiu recapturar nenhum dos 35 presos que fugiram da cadeia pública da cidade, na madrugada de domingo passado. O delegado regional, Moisés Damasceno, que estava em missão no extremo sul do Estado, disse que com os agentes civis em greve só pode contar com a Polícia Militar no trabalho de captura.

Depois de uma semana tumultuada com greve, rebelião e fugas, o delegado diz que teme pelo que possa acontecer, se esses presos começarem a agir às vésperas do Natal.

Moisés Damasceno afirmou que não sabe o que vai fazer com os 17 presos que ainda permanecem na cadeia, que foi depredada na rebelião e está interditada pela Justiça.

Na segunda, um dos presos conseguiu alvará de soltura, mas os demais vão ter de continuar onde estão, com risco de nova fuga. O delegado afirmou que esse grupo poderia ir para o presídio da cidade, mas o diretor, capitão Mascarenhas, alega que o local tem capacidade para 430 presos, já está com 450, e ainda vai receber presos que foram sentenciados em Ilhéus.

http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1031425

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